Rebenta um silêncio
dentro do meu peito
como um sopro ardente
prisioneiro da escuridão
subtraindo da angústia
da distância um verso
de uma dor penosa
instintiva pressentido
fugaz inquietude
sussurrando dolorosas
estrofes perdidas
num vazio invisível
rasgadas numa pele
tatuada pelo desespero
fecho os olhos
contemplando a ausência
melancólica do viver
uma eterna incompreensão
desconhecida
explicitamente implantada
no meu ser
rasgado por sentimentos
desnudados
nesse vazio inquietante
de uma vida usada.
Emanuel Moura