Em cada dia
um compasso da vida
que se vai embora
amarrado nas saudades
que perduram para lá
do tempo que escasseia
na beira onde nada floresce
senão lamentos retidos
pela demora da espera
senão lamentos retidos
pela demora da espera
que desaba num choro
suavizado num desejo
de um novo amanhecer
que simplesmente passa
invisível e inaudível
fustigado pela espera
desse instante comum
entre tantos outros que surgem
num acordar silencioso
num acordar silencioso
volto a fechar os olhos de novo
deixo-me levar pelo pulsar
deixo-me levar pelo pulsar
de um sentir estremecido
de um sonho inacabado
perdido no tempo .
Emanuel Moura